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Justiça para o arquiteto Silva Rocha, o Gaudí Português

Francisco Augusto da SIlva Rocha. 1864-1957

Pedimos justiça para o arquiteto Aveirense Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957), o Gaudí Português, autor do centro histórico Arte-Nova de Arte Nova de Aveiro, cidade por José Augusto França considerada Capital da Arte Nova Portuguesa, atualmente, e por causa do património do qual Silva Rocha é autor, candidata a Capital Europeia da Cultura.

Silva Rocha, expoente da arquitetura e da cultura europeias do seu tempo, foi retirado em 2015 com toda a sua Família do Jazigo de Família de seu sogro João Pedro Soares, um dos maiores beneméritos de Aveiro na sua época, todos lançados numa única sepultura de terra, com todas as características de uma vala comum.

Por deliberação da Junta de Freguesia de Vera Cruz Glória em delegação de Funções da Câmara Municipal de Aveiro, sem qualquer justificação válida e sem que tenham sido cumpridos quaisquer dos procedimentos a que a lei obriga. Sobre o tema que revoltou a sua Família e a opinião pública correm Processos no Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro e atualmente no Juízo de Instrução Criminal de Aveiro.

A sua bisneta e crítica de arte Maria João Fernandes, autora de uma vasta obra de crítica de arte e de poesia, foi inteiramente responsável pela preservação do centro histórico Arte-Nova de Aveiro, e da sua obra, antes da sua ação condenada à demolição.

Maria João Fernandes nos anos 70 com Medalhão em bronze de Sousa Caldas, Retrato de Silva Rocha.
Maria João Fernandes nos anos 70 com
Medalhão em bronze de Sousa Caldas, Retrato de Silva Rocha.

Nesse sentido organizou um abaixo-assinado subscrito pelo Presidente da República de então, Jorge Sampaio e por grandes personalidades desse período.

Foi autora de uma primeira monografia sobre Silva Rocha (2009) que se seguiu a uma tese de mestrado sobre o tema defendida com sucesso na Faculdade de Letras do Porto. O livro prefaciado por Siza Vieira contém a primeira definição da arquitetura Arte Nova em Portugal, lançada num Colóquio Internacional que Maria João Fernandes comissariou em 2001 nos Cursos da Arrábida: "As Décadas Prodigiosas 1890-1914 Arte Nova em Portugal e na Europa". Esse Colóquio trouxe a Portugal alguns dos maiores vultos portugueses e europeus da história da arte, entre os quais se destacaram Jean-Paul Bouillon e François Loyer que visitaram e elogiaram em Aveiro a obra de Silva Rocha. 

Em consequência desse labor, Maria João Fernandes foi proposta em 2009 para o Prémio Pessoa, pela Sociedade Nacional de Belas Artes e por Eduardo Lourenço:

"(…) tendo acompanhado e testemunhado o notável percurso de crítica de arte e o empenhamento de Maria João Fernandes, em particular a sua revisitação e defesa do património artístico nacional sob o signo da “Arte Nova”, subscrevo e apoio a atribuição do Prémio Pessoa como reconhecimento da sua ação cultural de tanto relevo.”

Eduardo Lourenço, Proposta de Maria João Fernandes para o Prémio Pessoa em 2009.

Maria João Fernandes luta há mais de vinte anos pela preservação não apenas da obra de Silva Rocha, mas do valioso conjunto da arquitetura Arte Nova Portuguesa. Bate-se agora pela dignidade da memória do seu autor, pela recuperação dos seus restos mortais e sua reposição no Jazigo de Família que deveria ser classificado como monumento de interesse público.

Com este objetivo lançou a 25 de Abril de 2020 uma Petição Nacional reunindo algumas das maiores personalidades do nosso País, que entregou na Assembleia da República e vai reapresentar proximamente, reformulando-a.

Transcrição da Petição Nacional pela Dignificação Da Memória De Silva Rocha

Segue abaixo a transcrição da Petição Nacional pela Dignificação Da Memória De Silva Rocha, entregue por Maria João Fernandes na Assembleia da República, a 25 de abril de 2020.

À Atenção do seu Presidente:
Dr. Eduardo Ferro Rodrigues

 
Subscritor principal: Maria João Rocha Simões Fernandes
A.I.C.A. Associação Internacional de Críticos de Arte

    A bem da justiça da cultura e da história nacional, remetida a 25 de abril, o dia que celebra a democracia que apenas a defesa destes valores justifica.

    Para que seja atribuído o nome de Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957) ao museu de arte nova de aveiro de que é autor, sua obra mestra e obra prima e ex-libris da arquitectura arte nova portuguesa e europeia.

    Para que os restos mortais de Silva Rocha, e os de toda a sua família, regressem ao jazigo de família de João Pedro Soares de onde foram retirados a 20 de março de 2015 por iniciativa da Junta União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, para serem colocados numa única sepultura de terra.

    Pede-se ainda que o seu jazigo de família seja classificado como património de interesse público.

    Atendendo a que Francisco Augusto da Silva Rocha é a figura maior da cultura moderna em aveiro e expoente nacional e internacional da arquitectura arte nova, e que Aveiro, por causa da sua obra incomparável considerada "capital da arte nova portuguesa" (José Augusto França) é hoje candidata a capital europeia da cultura.

    Outras formas de dignificação do seu nome e da sua obra deverão serão promovidas, como a consideração de uma escultura pública no Rossio de Aveiro, frente ao Museu de Arte Nova juntamente com a atribuição do seu nome ao Museu de Arte Nova de Aveiro de sua autoria já subscrita pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e por um conjunto das maiores personalidades do nosso país, entre as quais Siza Vieira e Eduardo Lourenço.


Depoimentos recolhidos

        Abaixo anexamos alguns depoimentos recolhidos de relevo para esta causa.

 

 Álvaro Siza Vieira

 


 Marcelo Rebelo de Sousa

"É com muita honra que junto a minha voz de leigo aos testemunhos ilustres e eloquentes, todos sublinhando o contributo ímpar de Francisco Augusto da Silva Rocha e defendendo a imperiosa justiça de ver devidamente homenageado esse contributo, nomeadamente atribuindo o seu nome ao Museu de Arte Nova e revelando o seu espólio no contexto desse Museu.

Nunca é tarde para homenagens justas e Aveiro é terra de Liberdade, de Democracia e de reconhecimento do Mérito. Tudo razões bastantes para que corresponda ao apelo de tantos, tão notáveis e tão assertivos nos seus depoimentos."

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa.

Faculdade de Direito, Lisboa, Dezembro de 2016.

 


Eduardo Lourenço

"É da mais elementar justiça perpetuar condignamente a memória de uma personalidade artística tão singular como a do arquiteto Silva Rocha, não apenas profeta mas autor das belas expressões da Arte Nova de que se honra a cidade de Aveiro e para além dela o país inteiro. Que melhor maneira de o homenagear do que dar o seu nome ao novo “Museu de Arte Nova”? Espanta é que a lembrança venha tão tarde.
 
Eduardo Lourenço, filósofo, ensaísta, escritor.
Lisboa, 24 de Maio de 2008 e 2020.

 


Guilherme D'Oliveira Martins

 


João Paulo Queiroz


Maria Calado


Paulo Pires


Ricardo Carvalho


Tomás Paredes

Abaixo-assinado que acompanha a Petição Nacional pela Dignificação da Memória de Silva Rocha, entregue na Assembleia da República

Juntamos aqui o abaixo-assinado que acompanhou a Petição Nacional.


    Silva Rocha (…) seu ilustre bisavô, arquiteto responsável pelos mais belos edifícios do estilo Arte Nova que são o ex-libris de Aveiro.

Mário Soares, Carta a Maria João Fernandes, 11 de Dezembro de 2009.


(…) En ce qui concerne la pétition, (…) je forme évidemment tous mes vœux pour que le Musée d’Aveiro porte le nom de votre bisaieul.

Jean-Paul Bouillon, Historiador de Arte francês, autor do livro de referência: Journal de L’Art Nouveau.


Em 1996 dei o meu testemunho sobre a obra magnífica do Arquiteto Francisco Augusto da Silva Rocha, um dos expoentes maiores da Arquitetura Arte Nova no plano nacional e internacional.

Tratou-se então de um contributo a que se associaram grandes personalidades do nosso País para a preservação que se impunha da sua obra que estava a ser demolida em Aveiro, por sua causa considerada Capital da Arte Nova em Portugal.

Venho hoje apresentar e subscrever uma Petição Nacional com vista à defesa da dignidade da sua memória pela recuperação dos seus restos mortais e da sua Família que foram que foram retirados do seu Jazigo para serem lançados numa única sepultura de terra.

Venho ainda subscrever nesta Petição Nacional a classificação do seu Jazigo de Família como Monumento de Interesse Público, para onde devem ser reconduzidos com toda a dignidade os seus restos mortais, património de interesse nacional.

Álvaro Siza Vieira, arquiteto, Porto, 28 de Janeiro de 2020.

Acho evidente e incontornável que o nome de Silva Rocha seja atribuído ao Museu de Arte Nova de Aveiro, considerando que ele é protagonista maior da construção e do carácter da cidade de Aveiro da sua época.

1 Álvaro Siza Vieira, arquiteto. 13 de Março de 2008


É da mais elementar justiça perpetuar condignamente a memória de uma personalidade artística tão singular como a do arquiteto Silva Rocha não apenas profeta mas autor das belas expressões da Arte Nova de que se honra a sua cidade, Aveiro e para além dela o país inteiro. Que melhor maneira de o homenagear do que dar o seu nome ao novo “Museu de Arte Nova”? Espanta é que a lembrança venha tão tarde.

2 Eduardo Lourenço, ensaísta, escritor. Lisboa, 24 de Maio de 2008.


Se Aveiro pode gabar-se de ser a “capital da Arte Nova em Portugal”, se há Arte Nova em Aveiro é graças à obra arquitetónica de Silva Rocha; se o Museu de Arte Nova em organização tem sede numa casa projetada por Silva Rocha, em boa hora restaurada, parece acertado e justo (e civicamente grato) que o dito museu receba o nome de Silva Rocha.

3 José Augusto-França, Historiador de Arte, 12 de Dezembro de 2007.


É com muita honra que junto a minha voz de leigo aos testemunhos ilustres e eloquentes, todos sublinhando o contributo ímpar de Francisco Augusto da Silva Rocha e defendendo a imperiosa justiça de ver devidamente homenageado esse contributo, nomeadamente atribuindo o seu nome ao Museu de Arte Nova e revelando o seu espólio no contexto desse Museu.

Nunca é tarde para homenagens justas e Aveiro é terra de Liberdade, de Democracia e de reconhecimento do Mérito. Tudo razões bastantes para que corresponda ao apelo de tantos, tão notáveis e tão assertivos nos seus depoimentos.

4 Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa. Faculdade de Direito, Lisboa, Dezembro de 2016.


Pelo presente escrito manifesto o meu apoio à dignificação da memória de Silva Rocha e ao retorno dos seus restos mortais e dos da sua Família ao Jazigo de João Pedro Soares e ao reconhecimento da sua obra magnífica de arquitetura Arte Nova em Portugal e na Europa, da qual é um dos principais expoentes, dando o seu nome ao Museu de Arte Nova de Aveiro, do qual é autor.

Conservar o Património Artístico e preservar o nome dos seus autores é uma das obrigações de todo o crítico de arte e de um país.

5 Tomás Paredes, crítico de arte, Presidente da AECA (Associação Espanhola de Críticos de Arte) /AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) Espanha, Lisboa, 11 de Maio de 2019.


O     Arquiteto     Silva     Rocha     foi      um      dos      principais cultores, responsável por parte do nosso património mais identitário. Há uns tempos, sem que a família soubesse, tomaram conta do jazigo e esvaziaram as ossadas – onde estava também João Pedro Soares, dono dos moinhos de maré onde se construiu a Capitania e benemérito que financiou a construção do Hospital – para uma vala comum. O processo corre em tribunal. Mas, para lá do pleito, importa que o Município reconheça o quanto deve a esta personalidade: em vez de lhes desrespeitarem as ossadas, deviam honrar a sua memória. Sempre me pareceu que a casa do Major Pessoa deve ser batizada como “Museu de Arte Nova – Silva Rocha”. A bisneta, Maria João Fernandes, informou da vontade da família de que o espólio de Silva Rocha fosse depositado nesse Museu. (…)

É preciso honrar a memória de Silva Rocha. É preciso valorizar o nosso património.

6 Alberto Souto de Miranda, Facebook, 18 de Novembro de 2018.


Venho pelo presente (documento) manifestar a premente oportunidade de dignificar a obra e a memória do arquiteto Silva Rocha, expoente da Arquitetura Arte Nova em Aveiro e em Portugal, através da atribuição do nome: “Francisco Augusto da Silva Rocha” ao Museu de Arte Nova em Aveiro, assim como zelando pela atribuição e recuperação do seu Jazigo de Família e do grande benemérito João Pedro Soares.

7 João Paulo Queirós, Presidente da Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 29 de Julho de 2019.


Como artista e autor de uma obra histórica no domínio das artes gráficas em Portugal, tenho a honra de me associar ao grande movimento nacional para a valorização do nome e da obra ímpar do arquiteto Silva Rocha, através da atribuição do seu nome ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

Ao mesmo tempo tenho a honra de subscrever e apoiar vivamente a dignificação da sua memória com o regresso dos seus restos mortais e dos da sua Família ao Jazigo de João Pedro Soares, seu sogro, de onde foram retirados em 2015.

8 Dorindo Carvalho, pintor, 30 de Maio de 2019.


Na qualidade de cidadão empenhado na vida cultural do nosso País e no apoio e valorização da criação artística nas suas múltiplas facetas, entendida como expressão maior da nossa comunidade e da sua inserção cosmopolita no mundo contemporâneo, mas, sobretudo, na qualidade de Presidente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, a maior e a mais antiga escola de artes e design portuguesa, apelo a que se faça justiça à obra e à memória de Francisco Augusto da Silva Rocha. Quer através da atribuição do seu nome ao Museu de Arte Nova de Aveiro, sediado num dos mais emblemáticos edifícios da sua autoria, quer através da reposição do seu corpo e do de João Pedro Soares e família, no respetivo jazigo de família. Porque a memória, essa qualidade frágil da vida humana, é a condição insubstituível da cultura e, em última instância, tanto da vida dos indivíduos como da vida das sociedades.

9 Victor dos Reis, ex Presidente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Lisboa, 17 de Novembro de 2018.


Em defesa do nome de Silva Rocha para o Museu de Arte Nova de Aveiro e do retorno dos seus restos mortais, e da sua Família, ao seu Jazigo original no Cemitério Central de Aveiro.

10 Paulo Pires do Vale, ex Presidente da Secção Portuguesa da A.I.C.A. Associação Internacional de Críticos de Arte. Professor Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, 17 de Dezembro de 2018.


Todos os dias a memória faz-se e desfaz-se; mas há momentos e causas em que a memória precisa de todos nós para se refazer e conservar-nos vivos!

Este é o caso do Museu de Arte Nova de Aveiro que por isso mesmo deverá fixar o nome de Silva Rocha!

11 Ernesto Manuel de Melo e Castro, poeta, ensaísta, professor. Lisboa, 22/05/08.


O nome de um Museu não é coisa inocente ou irrelevante. No caso do Museu de Arte Nova nada mais certo que, para além dessa designação, surja o nome do seu autor, arquiteto, professor e artista, ligado longamente à cidade e a uma estética que é uma marca única na cidade de Aveiro.

12 José Luís Porfírio, Historiador de Arte, enquanto Diretor do Museu de Arte Antiga de Lisboa. 21/2/2008


Subscrevo a atribuição do nome de Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

13 José Carlos de Vasconcelos, Escritor, poeta e Diretor do Jornal de Letras, Artes e Ideias.


Atendendo à urgente necessidade de salvaguardar o património Nacional, valorizando o património Arquitetónico, que caracteriza de modo ímpar o centro histórico da cidade de Aveiro, considero da maior importância a criação de um Museu de Arte Nova num dos edifícios mais emblemáticos da cidade, atribuindo-lhe o nome de um Autor, o grande arquiteto Francisco Augusto da Silva Rocha.

14 Emília Nadal, pintora. Enquanto Presidente da Direção da Sociedade Nacional de Belas Artes. Lisboa, 2008.


Parece-me da mais elementar justiça o reconhecimento da cidade de Aveiro e a consequente atribuição do nome do arquiteto Francisco Augusto da Silva Rocha ao novo Museu de Arte Nova, num edifício de sua autoria, bem representativo de um período que deixou uma notável presença no rico património arquitetónico da cidade.

  15 Gonçalo Byrne, arquiteto. Lisboa, 10 de Maio de 2009.


Quantas vezes fui a Aveiro para ver o seu admirável conjunto “Arte Nova”. Conheço a importância da obra que ali deixou o arquiteto Francisco da Silva Rocha e considero agora com prazer que se trata do bisavô da minha amiga e magnífica lutadora que é a Maria João

Fernandes. É com satisfação que deixo o meu apoio entusiástico à atribuição do nome de Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

16 Cruzeiro Seixas, artista plástico, poeta.


Porque Silva Rocha é uma personalidade destacável na cultura portuguesa, será lógico e dignificável que ao Museu de Arte Nova de Aveiro seja atribuído o seu nome.

17 Júlio Resende (1917-2011), artista plástico.


Apoio calorosamente a atribuição do nome do Arquiteto Silva Rocha ao novo Museu de Arte Nova de Aveiro por se tratar de uma grande personalidade não só da arquitetura arte nova como da cultura nacional.

18 Pedro Roseta, Ministro da Cultura de 2002 a 2004 e antigo Deputado à Assembleia da República.


Oportuna e justa Homenagem Nacional a Silva Rocha, Notável Arquiteto de “Arte Nova”. Parabéns.

19 Do Lagoa Henriques (1923-2009), escultor e Professor da Escola de Belas Artes de Lisboa.


Em minha opinião o Museu de Arte Nova de Aveiro deve ter o nome de Silva Rocha, autor do edifício.

20 António Ramos Rosa (1924-2013), poeta, abril 2008


Muitos são os projetos de museus no nosso País, poucos são consistentes, com qualidade e boas ideias, raros os que pensam conservar a memória das Artes Decorativas que se constituem entre nós como uma manifestação onde o génio português é detetável com maior visibilidade. Um Museu para a Arte Nova em Aveiro com o nome de Silva Rocha que produziu em Portugal as peças arquitetónicas mais coerentes no estilo, é um projeto que deve ser concretizado com urgência.

21 João Castelo Branco, enquanto Diretor do Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa, 31/01/2008.


Grâce à Maria João Fernandes, j’ai découvert et apprecié l’importance de l’Art Nouveau au Portugal, en particulier de l’œuvre extraordinaire de Silva Rocha. Ce ne serait que justice de donner le nom de Silva Rocha à l’un de ses bâtiments les plus emblématiques.

22 Jean François Chougnet, enquanto Diretor do Museu Coleção Berardo. Lisboa, 27 de Abril de 2010.


L’architecture Art Nouveau de Silva Rocha à Aveiro est une référence importante à un niveau national e dans le plan international. C’est ma ferme conviction en tant qu’admirateur de la culture portugaise que le Musée d’Art Nouveau à Aveiro dont il est l’auteur devra porter son nom. Un hommage mérité de sa ville et du Portugal.

 23 Erró, Pintor, expoente internacional da Figuração Narrativa. Inauguração da sua exposição, “Azulejo a óleo”. Lisboa, 4 de Abril de 2008.


J’estime que le nouveau Musée d’Art Nouveau à Aveiro, doit porter le nom de son auteur Silva Rocha, compte tenue de la valeur artistique de l’ensemble de son œuvre.

24 Ivan Messac, 9/5/2008, pintor.


El Museo de Art Nouveau a Aveiro deve levar el nombre de Silva Rocha, su creador, por la calidad internacional de su obra de arquitecto.

25 Antonio Seguí, pintor, 12/11/2009.


Em prol da memória de um autor e sua obra "de qualidade ímpar" no dizer de Siza Vieira (1996), dê-se o nome de Silva Rocha futuro Museu Arte Nova de Aveiro, edifício por ele projetado.

26 Maria Helena Vaz de Carvalho Nazaré, à data Reitora da Universidade de Aveiro.


Se um dos mais exigentes e reclamados exercícios de cidadania é a participação ativa no destino coletivo, na compreensão atenta do que é o património e heranças em testemunhos convenientemente reclamados, atribuir o nome de Silva Rocha ao futuro Museu de Arte Nova da Cidade de Aveiro é uma justa homenagem à personalidade que nos legou tal evidência em ícones irremediavelmente incontornáveis numa cidade tão singular quanto mágica do país.

27 Francisco Laranjo. Artista plástico e, na altura, Presidente do Conselho Científico da

Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.


Na minha opinião como arquiteto deve ser atribuído o nome do Arquiteto Silva Rocha ao edifício do Museu de Arte Nova por ele projetado, como tantos outros que dão a característica da época e do estilo Arte Nova à cidade de Aveiro, e que igualmente são de sua autoria.

28 Arquiteto Ramos Chaves, Antigo Diretor artístico da Fábrica Aleluia, Aveiro.


A memória por quem fez, justamente.

29 João Prates, Diretor do Centro Português de Serigrafia.


Será uma grande justiça a atribuição do nome do magnífico arquiteto Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

30 Guilherme Parente, pintor, Lisboa, 13/12/2007.


Subscrevo a atribuição do nome de Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

31 Sérgio Pombo, pintor


“O seu ao seu dono”.

32 José Brito, artista plástico.


Subscrevo a atribuição do nome de Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro.

33 Raúl Perez, artista plástico.


É uma Arte Velha fazer o que devemos dar à Arte Nova: cada um faz o que merece, por direito próprio.

34 Joaquim Pessoa, poeta, 13 de Dezembro de 2007.


Dou todo o meu apoio a esta petição, pela importância não só deste grande vulto da Arte Nova em Portugal, mas também, simplesmente, porque será um crime não fazê-lo…

35 Isabel Sabino, pintora, Professora Catedrática na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Lisboa, 13 de Dezembro de 2007.


O nome de Silva Rocha deve ser também preservado!…

36 Teresa Magalhães, pintora. Lisboa, 14 de Dezembro de 2007 (Café Brasileira do Chiado).


A memória de um povo e a sua história não poderão nunca ser desligados dos homens que os construíram e protagonizaram. Por isso, é com o maior gosto, que me incluo neste abaixo-assinado, que representa uma merecida homenagem a um arquiteto e a um artista a quem a cidade de Aveiro e o país muito devem.

37 Engº Luís Manuel Andrade, à data, Administrador da Fundação Portuguesa das Comunicações.


Lisboa, 20 de Dezembro de 2007.

Considerando a notável obra de natureza arquitetónica criada por Silva Rocha, parece-nos de inteira justiça que ao futuro Museu Arte Nova da cidade de Aveiro seja dado o seu nome.

38 António Forte Salvado, ex Diretor do Museu Tavares Proença (Castelo Branco), Mandatário Regional para a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República.


Parece-me de toda a justiça que ao futuro Museu de Arte Nova de Aveiro seja dado o nome de Silva Rocha cuja obra arquitetónica de inegável beleza constitui indiscutível imagem identitária da cidade de Aveiro.

39 Maria Adelaide Neto Forte Salvado, geógrafa, investigadora, ensaísta, ex Professora da Escola Superior de Educação de Castelo Branco.


Em consideração ao traço que Silva Rocha deixou como património às gerações vindouras e como criador da mais elevada expressão da Arte Nova, reconheço ser do mais alto interesse, pelo reconhecimento da sua obra, a atribuição do seu nome ao futuro Museu de Arte Nova de Aveiro.

40 José Joaquim Martins da Conceição. Arquiteto e Diretor do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal do Fundão. 25/12/2007, Castelo Branco.


Conhecendo a importância em Aveiro e a nível nacional da obra arquitetónica Arte Nova de Francisco Augusto da Silva Rocha, não posso deixar de subscrever e recomendar vivamente a atribuição do seu nome ao Museu de Arte Nova da cidade que marcou com a beleza e o rigor do seu risco. Esse nome associado à sua obra-mestra, o ex-libris da Arte Nova portuguesa faz parte do património histórico e arquitetónico de Aveiro. Quer o Museu venha ou não a abrigar o seu espólio pessoal, a atribuição do nome de Silva Rocha ao Museu de Arte Nova de Aveiro justifica-se plenamente e é imprescindível como forma de homenagem da cidade ao seu principal expoente da arquitetura Arte Nova, nome marcante da cultura do seu tempo e permitirá uma dinâmica cultural sob o signo do seu extraordinário labor e da dimensão estética do legado que nos deixou.

A exemplo do Museu Soares dos Reis do Porto (a notar que se deve a Silva Rocha o Monumento ao insigne escultor nessa cidade), do Museu Machado de Castro em Coimbra, do Museu José Malhoa nas Caldas da Rainha e do Museu Tavares Proença em Castelo Branco, os aveirenses têm direito a reivindicar o nome de Silva Rocha para o Museu da cidade que é “capital da Arte Nova” por sua causa, no dizer do grande historiador da arte José-Augusto França.

41 António Prates, galerista, fundador do Centro Português de Serigrafia. 05/03/2008


Alguns artigos de jornal

 Anexamos também alguns artigos de jornal acerca desta causa.

Correio da Manhã. 17 de junho de 2019

Jornal de Letras. 7-20 maio de 2008

Jornal de Notícias. 31 de outubro de 2018

Jornal Sol. 23 de novembro de 2019


O Julgamento da História e o Tribunal da Consciência

Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957)
Por Dorindo de Carvalho, óleo s/tela, 2020


Texto de Maria João Fernandes

Crítica de Arte

A.I.CA. - Associação Internacional de Críticos de Arte

Bisneta de Francisco Augusto da Silva Rocha

Que acompanha a petição nacional apresentada na assembleia da república a 25 de abril de 2020

À atenção do Ex.mo Sr Presidente da Assembleia da República Dr. Eduardo Ferro Rodrigues e de todos os signatários desta Petição

Lisboa, 25 de Abril de 2020.


JUSTIÇA PARA A MEMÓRIA DE SILVA ROCHA E SUA FAMÍLIA    

    Volvidos cerca de quatro anos sobre os terríveis e sem precedentes factos que atingiram uma figura de importância cultural nacional e internacional: Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957) e a sua Família, nenhuma resposta foi obtida dos responsáveis pelo poder autárquico em Delegação de Funções na Junta de Freguesia da Glória e Vera Cruz. Tem vigorado a lei do silêncio, por parte destes responsáveis e de todos os deputados e vereadores inclusive no momento das minhas duas intervenções públicas na Assembleia Municipal de Aveiro a 4 de Dezembro de 2015 da qual não ficou qualquer registo em Ata e a 20 de Dezembro de 2017, ambos publicadas no Diário de Aveiro.

    Recordando os inqualificáveis e quase inenarráveis factos e reduzindo-os ao essencial: a urna perpétua contendo os restos mortais de Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957), autor do centro histórico de Aveiro por sua causa considerada “Capital da Arte Nova Portuguesa” (José-Augusto França) e recentemente candidata a Capital Europeia da Cultura, que lhe deve a sua identidade cultural a nível nacional e internacional, no período em que passam 60 anos sobre a sua morte, bem como as urnas perpétuas de toda a sua Família, foram retiradas em 2015 do Jazigo Capela de Família e lançadas, depois de destruída a cobertura de madeira, numa única sepultura de terra com todas as características de uma vala comum, em circunstâncias ainda por apurar. Com a justificativa, que me foi dada pessoalmente pelo Sr. Presidente da Junta, de que “não sabia quem era Silva Rocha” e com a falsa razão do estado de ruína do Jazigo, falsidade que pode ser comprovada por fotografias de 2007 e da atualidade. Isto ocorreu após posse administrativa incumprindo as normas legalmente para tal exigidas pela Junta de Freguesias de Glória e Vera Cruz, a pretexto do mau estado do mesmo, a que se seguiu a venda em hasta pública, a concessão por emissão de alvará (a 24 de Fevereiro de 2014) ao novo proprietário após emissão de uma ficha de sepultura do Jazigo 32 (a 19 de Fevereiro) em branco, sem designar qualquer dos nomes dos inumados no Jazigo (como se este encontrasse vazio). Nomes esses que estavam todos designados no livro de Inumações do Cemitério iniciado em 1932. As urnas foram retiradas a 20 de Março de 2015 e colocadas numa única sepultura de terra, como já referi, em circunstâncias e em local ainda por apurar.


    Há que referir que existem provas documentais:

    1. Do bom estado do Jazigo.

O Jazigo e todas as urnas aí depositadas encontravam-se em excelente estado no ano 2000 (tinha tido obras recentes comprovadas por faturas), previamente à inumação da última urna ali depositada, e respetivo funeral. Existe fotografia original em papel com indicação da casa fotográfica, tirada em 2007 e arquivada no Tribunal Judicial de Aveiro. Uma carta, fotografias e objetos pessoais que se achavam no jazigo, ainda aí se encontram em bom estado de conservação. As urnas alegadamente deterioradas estavam em perfeito estado até 2007 do que existem testemunhas e provas, e o funeral com depósito da última, a de José Augusto Rocha Simões (neto de Silva Rocha), ocorreu em 2000.

    2. Da propriedade do Jazigo,

certificada pelo documento de compra do terreno, existente no Arquivo Histórico de Aveiro, para construção de jazigo perpétuo em 1903. E por inúmeros documentos resultantes de um Processo de Averbamento do Jazigo, efetuado pela Câmara Municipal de Aveiro em 2005, previamente a Ação Judicial de Divisão de Coisa Comum que teve por objeto o Jazigo 32, entre 2005 e 2007

    3. Da ilegitimidade dos Editais.

    Lamentavelmente publicados sem qualquer tentativa para localizar os proprietários. Os Editais foram divulgados sem mencionar, como a lei obriga, o nome dos últimos proprietários conhecidos e os nomes dos inumados, todos minuciosamente registados no “Livro do Cemitério” iniciado em 1932, entre os quais figurava Francisco Augusto da Silva Rocha. Sendo que o nome do proprietário original, João Pedro Soares, um dos maiores beneméritos de Aveiro do seu tempo, consta no Calendário Histórico de Aveiro e se acha gravado na fachada, onde estão esculpidas duas corujas, ave misteriosa, capaz de enxergar nas trevas e simbolicamente considerada, protetora dos mortos.

    4. Da licitação em hasta pública a 27 de Janeiro de 2014, do Jazigo 32 

    da Família de João Pedro Soares, ainda com o seu precioso conteúdo e sem que tivessem sido cumpridos os procedimentos legais obrigatórios.

    5. Da sua compra por Artur Filipe,

    pai do atual Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro ficando a concessão em nome de José Pires Capão (que entretanto abdicou desta).

    6. Da possibilidade de identificar o nome do Proprietário do Jazigo 32 e todos os aí inumados.

    O nome de João Pedro Soares acha-se gravado na fachada e os de todos os inumados estão registados no Livro do Cemitério iniciado em 1932.
Haveria a maior facilidade em identificar os inumados, dois deles João Pedro Soares e Silva Rocha, figuras históricas de Aveiro e sua região, divulgadas inclusive na internet no Calendário Histórico da Cidade.

    7. Da facilidade de contactar a Família dos inumados.

    Por outro lado havia também a maior facilidade em contactar a sua família dado que a Câmara Municipal de Aveiro promoveu e apoiou em 2009 a publicação da monografia de que sou autora: Francisco da Silva Rocha (1864-1957): Arquitetura Arte Nova - uma Primavera Eterna e a Exposição que comissariei: Silva Rocha Arquiteto Artista e inaugurou o Museu de Arte Nova e com a presença do então Secretário de Estado da Cultura e do então Vereador da Cultura: Dr. Miguel Capão Filipe. O livro, que na capa apresenta Silva Rocha, em cartaz, diante do Museu de Arte Nova de que é autor, era vendido nas livrarias e Museus da Câmara. Eu própria era facilmente contactável, como colaboradora da C. M. A. e como figura pública na área da cultura, nomeadamente em temas relacionados com a arquitetura Arte Nova e com a obra de Silva Rocha que há cerca de vinte anos vinha divulgando na Imprensa de Aveiro e a nível nacional.